Crédito de carbono: O que é e como funciona?

Quando falamos em desenvolvimento sustentável, precisamos saber que são conciliados três pilares: preservação ambiental, crescimento econômico e justiça social. A agricultura de baixo carbono, é uma forma de produção que atende muito bem esses pilares, haja vista, que utiliza técnicas de manejo que aumentam a fixação e o aprisionamento do carbono nos solos, impedindo que o gás seja emitido para o ambiente, como por exemplo, a cobertura de solo, sistema de plantio direto, recuperação de pastagens e áreas degradadas e a produção em agroflorestas.

Além de todos os benefícios da agricultura de baixo carbono, pode-se citar também a geração de crédito de carbono, que surge como um instrumento para a realização ativa do desenvolvimento sustentável, que se trata de um mercado de crédito gerado com o principal objetivo da não emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) para a atmosfera, crédito esse, que pode ser abertamente comercializado entre países e empresas.

De maneira prática, um crédito de carbono equivale a uma tonelada do gás não emitida para atmosfera, assim países, empresas, indústrias ou até mesmo produtores rurais que conseguem esse feito, acabam gerando um crédito extra, que se torna a moeda do mercado de carbono, podendo ser comercializada com os que não conseguiram atingir suas metas de redução. 

Todas as negociações do mercado de carbono são auxiliadas por um mecanismo de flexibilização, chamado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o qual emite as certificações de créditos que podem ser comercializadas. Cada país tem regulamentação própria sobre o tema, no Brasil o mercado de carbono é regulamentado pelo Decreto 5882/06.

Diante disso, é de suma importância que empresas, principalmente do setor varejista de hortifruti, apoiem e fomentem a agricultura de baixo carbono por parte de seus fornecedores produtores, pois assim, além do varejista diminuir sua pegada de carbono gerada por processos internos de operação, ainda estará respeitando as legislações ambientais, contribuindo para a preservação do meio ambiente e claro, trazendo muita transparência na cadeia produtivas para seus consumidores.   

Leticia Vasconcelos

Engenheira Agrônoma